Os produtores da pesca do cerco e a indústria conserveira assinaram um acordo comercial, que prevê um abastecimento global de não menos de 14.000 toneladas de sardinha entre novembro de 2023 e dezembro de 2024.
O acordo foi celebrado entre a Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) e a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP).
Este acordo consiste em garantir um abastecimento global de não menos de 14.000 toneladas de sardinha entre novembro de 2023 e dezembro de 2024
Através desta parceria, a indústria vai passar das cerca de 2.800 toneladas de sardinha comercializada diretamente em 2023 para cerca de 14.000 toneladas.
A PROPEIXE – Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte, ao abrigo desta parceria comercial, assinou contratos diretos com as empresas Poveira, Comur, Portugal Norte/Briosa e Ramirez.
Este acordo “dá condições a quem pesca para poder pescar e entregar a quem depois transforma e acrescenta valor”, destacou a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, na cerimónia de assinatura.
“O total do pescado descarregado em lota, à data de 29 de outubro, quando comparado com o período homólogo de 2022, acrescenta mais 11%. Significa isto que para a pesca do cerco são mais 8%, que representa mais cerca de 4,5 milhões de euros”, indicou.
Segundo a governante, no caso da indústria conserveira, desde 2015, o volume utilizado aumenta sensivelmente 32% e a exportação sobe 65%.
“Estes são dados muito relevantes, que nos dão ânimo e força. Este acordo só peca por tardio”, assinalou.
José Maria Freitas, presidente da ANICP sublinhou a importância da assinatura deste acordo que surgiu após um período difícil para o mundo da sardinha, em que houve restrições enormes de captura e, durante esse período, a indústria teve muito dificuldade em se abastecer, tendo que recorrer à importação, nomeadamente a Marrocos.
Por isso salientou a importância que “esta situação se normalize, e que se privilegie esta relação umbilical – uma vez que nem a indústria vive sem a pesca, nem a pesca vive sem a indústria – a assinatura deste acordo veio selar uma realidade da qual nós não nos podemos abstrair: precisamos uns dos outros.” Referiu ainda que “durante este tempo de restrições, cresceu a biomassa e com isso cresceu a capacidade se poder capturar a sardinha, com isto a pesca tem a sua necessidade de ver garantida uma parte do escoamento e com este acordo a indústria está a garantir que 14000 toneladas das capturas, serão absorvidas pela fábricas.”